Nossa pesquisa para a construção do espetáculo A LIÇÃO continua em ritmo acelerado. Para esta nossa versão do célebre e seminal texto de Eugène Ionesco, estamos nos munindo de referências tão variadas quanto inesperadas. Fazendo largo uso do conceito de intertextualidade herdado das teorias de Julia Kristeva e Roland Barthes, e a partir do qual Patrice Pavis informa, em seu Dicionário de Teatro, que essa teoria “postula que um texto só é compreensível pelo jogo dos textos que o precedem e que, por transformação, influenciam-no e trabalham-no” (p.213), a Cia. de Teatro ao Quadrado está buscando enriquecer ainda mais o material ionesquiano.
Mary Poppins, A noviça rebelde, Psicose, M- O vampiro de Düsseldorf, Doris Day, Esperando Godot, Dias felizes, Fim de partida...Essas são algumas das referências que estamos prazerosamente inserindo em nossa estrutura espetacular, através do cinema, da literatura, da música, canibalizando e deglutindo Alfred Hitchcock, Fritz Lang, Samuel Beckett e a Disney.
É absolutamente incomparável a oportunidade de construir o espetáculo no próprio local em que ele será apresentado. A riqueza de soluções que isso proporciona; a imersão na atmosfera única do espaço cênico; a possibilidade de trabalhar com as minúcias da elocução, já que podemos experimentar o tom de voz mais adequado para cada fala, dada a acústica privilegiada do Teatro de Arena: tudo isso nos assegura condições especiais para a criação de nosso espetáculo, que viemos desenvolvendo com todo o carinho e empenho. Não temos dúvida de que A LIÇÃO será um marco extremamente positivo na história da Cia. de Teatro ao Quadrado, que há oito anos vem trabalhando pelas artes cênicas gaúchas.
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